sábado, 22 de junho de 2013

Punk Rock - Lá fora e aqui

“Com apenas 3 acordes, eles fazem o público pirar!”
                                                                         Filme – Somos tão Jovens

  Realmente, se existe um estilo musical que merece uma pausa para reflexão, com certeza é o punk. Não estou falando de Green Day, muito menos de CPM 22, estou falando de The Runaways, Ramones, Sex Pistols, The Clash, Ratos de Porão e Aborto Elétrico, que com acordes simples e letras mais simples ainda, faziam sua simplicidade ser genial a um ponto de transmitir, além das letras com apelo romântico, ideais e críticas sociais e politicas. Conquistando uma legião de loucos fãs pelo mundo todo.
  Digo fãs, mas acho que a palavra fã não chega nem perto do quanto o punk significava para quem era adepto ao estilo. O punk propriamente dito, era muito mais que um mero estilo musical. Ainda mais a vinte ou trinta anos atrás, quando o punk estava no seu auge, era um movimento social, politico, e quase (quem for me chingar leia... QUASE!) religioso. Digo isso, pela base anarquista, e a crítica as elites, as letras criticando guerras, como uma das mais famosas musicas dos Ramones, Blitzkrieg Bop. Ideais esses, responsáveis por moldar grande parte da ideologia punk durante décadas, fazendo os adeptos do movimento realmente acreditarem no que estavam escutando, o que me faz pensar... por que... mas por que meu santo Hendrix, eu tinha que nascer em 93!? 
  Mas enfim, se o punk tinha influência política lá fora, aqui foi ainda mais forte, com o famoso "movimento punk" que começou no final da década de 70, com suas letras ríspidas críticas ao regime militar, fez o Brasil (Brasília principalmente) vibrar durante 10 lindos anos. Na época, muitas das bandas punk's eram formadas por jovens vindos de famílias elitistas, e mesmo assim, tinham um vasto conhecimento político e social, transmitindo esses ideais para suas músicas, tentando tirar um pouco da alienação que o regime causava. mas infelizmente, no fim dos anos 80, grande parte das bandas punk's se separaram (em uma destas separações surgiu "Legião Urbana"), e com isso o movimento foi enfraquecendo, nos últimos de anos, a única banda punk (punk de verdade!) que fez sucesso foram os raimundos. 
 Um grande problema do punk hoje, é que criou-se um esteriótipo que deturpou muito o ideal punk em relação a sociedade. Não se enganem, o estilo visual durante décadas foi muito importante, e eu compreendo (embora não concorde), quando você veste uma roupa e adota um estilo visual "punk" você está mostrando para o mundo toda a ideologia e a história punk, você está mostrando que você acredita no que os caras gravados na sua camisa e nos seus bótons dizem. Mas hoje é outra história, o esteriótipo do garoto de roupa rasgada, puto com Deus e o mundo, morreu! Hoje, o punk é muito mais interior do que o exterior, o punk não existe mais como uma metodologia de vida e sim como um sentimento.
  A música e os ideais punks, transmitiram para uma legião de jovens com suas musicas (que muita gente considera "facil"), a realidade, no exterior, criticando os conflitos gerados pela guerra fria, e no Brasil (o punk chegou no Brasil um tempo depois, como sempre) pela indignação do jovem rockeiro em relação à ditadura militar.
  Foi-se o tempo das grandes brigas entre skinheads e punks, que tingiam o chão do centro das grandes cidades brasileiras de vermelho, foi-se o tempo, em que para ser de um determinado estilo musical, você deve se vestir como tal, e "honrar a camisa". Isso não existe mais. O esteriótipo punk e rockeiro morreu, mas os ideias são tão atuais quanto eram a 40 anos atrás

0 comentários:

Postar um comentário