“Com apenas
3 acordes, eles fazem o público pirar!”
Filme – Somos tão Jovens
Realmente, se existe um estilo musical que
merece uma pausa para reflexão, com certeza é o punk. Não estou falando de
Green Day, muito menos de CPM 22, estou falando de The Runaways, Ramones, Sex
Pistols, The Clash, Ratos de Porão e Aborto Elétrico, que com acordes simples e letras mais simples ainda, faziam
sua simplicidade ser genial a um ponto de transmitir, além das letras com apelo
romântico, ideais e críticas sociais e politicas. Conquistando uma legião de
loucos fãs pelo mundo todo.
Mas enfim, se o punk tinha influência política lá fora, aqui foi ainda mais forte, com o famoso "movimento punk" que começou no final da década de 70, com suas letras ríspidas críticas ao regime militar, fez o Brasil (Brasília principalmente) vibrar durante 10 lindos anos. Na época, muitas das bandas punk's eram formadas por jovens vindos de famílias elitistas, e mesmo assim, tinham um vasto conhecimento político e social, transmitindo esses ideais para suas músicas, tentando tirar um pouco da alienação que o regime causava. mas infelizmente, no fim dos anos 80, grande parte das bandas punk's se separaram (em uma destas separações surgiu "Legião Urbana"), e com isso o movimento foi enfraquecendo, nos últimos de anos, a única banda punk (punk de verdade!) que fez sucesso foram os raimundos.
Um grande problema do punk hoje, é que criou-se um esteriótipo que deturpou muito o ideal punk em relação a sociedade. Não se enganem, o estilo visual durante décadas foi muito importante, e eu compreendo (embora não concorde), quando você veste uma roupa e adota um estilo visual "punk" você está mostrando para o mundo toda a ideologia e a história punk, você está mostrando que você acredita no que os caras gravados na sua camisa e nos seus bótons dizem. Mas hoje é outra história, o esteriótipo do garoto de roupa rasgada, puto com Deus e o mundo, morreu! Hoje, o punk é muito mais interior do que o exterior, o punk não existe mais como uma metodologia de vida e sim como um sentimento.
A música e os ideais punks, transmitiram para uma legião de jovens com suas musicas (que muita gente considera "facil"), a realidade, no exterior, criticando os conflitos gerados pela guerra fria, e no Brasil (o punk chegou no Brasil um tempo depois, como sempre) pela indignação do jovem rockeiro em relação à ditadura militar.
Foi-se o tempo das grandes brigas entre skinheads e punks, que tingiam o chão do centro das grandes cidades brasileiras de vermelho, foi-se o tempo, em que para ser de um determinado estilo musical, você deve se vestir como tal, e "honrar a camisa". Isso não existe mais. O esteriótipo punk e rockeiro morreu, mas os ideias são tão atuais quanto eram a 40 anos atrás
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